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De 2016 a 2024, o ensino médio integral cresceu no Brasil, com aumento de 242% nas matrículas, passando de 393 mil para 1,3 milhão de estudantes. No entanto, a realidade no Acre é bastante distinta do panorama nacional.
Segundo levantamento do Todos Pela Educação, baseado em dados do MEC, Inep e Deed, a cobertura da modalidade integral no Acre ainda é inferior a 10% das matrículas estaduais, colocando o estado entre os que menos ofertam o modelo no país. O estudo considera integral os alunos que permanecem em atividades presenciais por 35 horas ou mais por semana.
Enquanto estados como Pernambuco, Piauí e Ceará já alcançaram cobertura superior a 50%, o Acre se mantém com baixos índices de expansão, refletindo ritmo lento de implementação e priorização limitada da política de ensino médio integral no estado. O número de escolas acreanas que oferecem ensino integral segue igualmente reduzido, permanecendo abaixo de 10% do total das unidades. Atualmente, o Acre registra 7% das escolas com ensino integral.
O estudo ressalta que, embora a expansão nacional tenha sido expressiva com estados registrando crescimentos de até 55 pontos percentuais no total de escolas, algumas unidades federativas, como Acre, Rondônia e Roraima, apresentam crescimento tímido ou praticamente estagnado.
O secretário de educação, Aberson Carvalho, informou que o Estado do Acre prioriza escolas de ano iniciais e anos finais do fundamental. “A política nacional do ensino integral deu início pelo ensino médio, porém é um erro. Se o país tivesse começado pelos anos iniciais, não tenho dúvida que teríamos uma nova cultura para essa modalidade.
Durante nossa gestão frente a SEE, ampliamos em mais de 100% escolas que oferecem ensino integral, e ampliamos em mais de 200% em números de estudantes no ensino integral.
Porém, não nego o desafio de fazer o ensino integral, em um estado que não possui essa cultura, além dos desafios socioeconômicos que levam muitas vezes o aluno a apoiar os pais na ajuda em casa, como muitas vezes trabalhando”.