Em um intercâmbio de experiências, delegados de mais de 30 países-membros do G20 participaram da primeira reunião presencial do Grupo de Trabalho (GT) de Educação do fórum, realizado nos dias 21 e 22 de maio, em Brasília.
Cerca de 177 delegados das 19 principais economias do mundo, bem como da União Europeia, União Africana e países convidados participaram do evento que, entre outras coisas, debateu a valorização dos docentes.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) participou das atividades do GT, representada pelo coordenador do Coletivo de Juventude, Bruno Vital, acompanhado pela representante da Internacional da Educação (IE), Antonia Wulff.
Coordenado pelo Ministério da Educação (MEC), a reunião serviu para a troca experiências e abordagens de melhores práticas de valorização dos profissionais de educação. Durante o encontro, temas como a formação de professores por intercâmbio, além de pautas sobre a remuneração salarial dos profissionais, foram colocados em discussão.
"Foram dois dias de muitos debates no GT sobre a educação no mundo, ouvindo diferentes países e compreendendo os desafios comuns que estamos enfrentando. A experiência me permitiu compreender o sistema educacional de outros países, suas perspectivas e ideias para a educação e seus/suas profissionais. Também pude ter um contato com instituições internacionais, como a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef)”, relata Bruno Vital.
Segundo ele, uma questão em comum destacada pelas representações diz respeito à escassez de professores e a urgência da valorização profissional, a fim de contornar o risco de apagão docente da educação.
“Junto com a Antonia, da Internacional da Educação, que nesse espaço falava pelos/as trabalhadores/as em educação do mundo, abordamos a necessária valorização dos/as trabalhadores/as em educação para enfrentar o apagão de profissionais, realidade presente na grande maioria dos países do G20”, disse.
“Essa valorização necessita de um conjunto de condições, que passam por salário, carreira, formação, condições de trabalho e compromisso político e social das nações com a educação e com quem a faz acontecer”, ele completa.
Encaminhamento
Ao final dos debates, o GT construiu um texto com base no que foi trazido pelas representações participantes, que será levado a debate no próximo encontro do fórum em outubro deste ano.
Os próximos encontros acontecerão no Rio de Janeiro e em Fortaleza, em julho e outubro de 2024, respectivamente, para tratar de dois temas propostos pelo Brasil e aprovados por demais membros: o engajamento comunitário nas escolas e o compartilhamento de material pedagógico sobre desenvolvimento sustentável.
“O G20 enfatiza a importância da educação universal, de alta qualidade para a construção de um mundo justo e um planeta sustentável. O G20 reconhece as estratégias de atração, retenção e desenvolvimento profissional contínuo, incluindo as possibilidades de mobilidade e intercâmbio para enfrentar a escassez de professores na maioria dos países do G20 e além. O G20 também concorda em continuar o trabalho para dignificar, diversificar e valorizar os/as profissionais da educação.”, aponta o trecho do texto.