A sociedade brasileira deve ficar em alerta quanto à ideia vendida por governadores de Estados brasileiros que, alinhados ao projeto de extrema-direita derrotado nas últimas eleições presidenciais do país, insistem na panaceia de privatizar a gestão de nossas escolas públicas. Os governadores Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, e Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, já estão com essa ideia avançada em seus Estados. O governador do Estado de Minas Gerais Romeu Zema (Novo), conforme noticiado pela imprensa brasileira, também considera a ideia de passar a gestão das escolas de sua rede de ensino estadual para a gestão privada.
Trata-se da principal ameaça à educação pública brasileira dos últimos anos. Na impossibilidade de ampliar o mercado das escolas privadas na educação básica, como se deu no setor do ensino superior brasileiro na década dos anos de 1990, os privatistas da educação se voltam agora para a educação das redes de ensino estaduais e, não nos espantemos, logo em breve, também para as escolas municipais. O interesse não está na melhoria da educação para nosso povo, mas sim nos vultosos recursos que hoje são destinados aos orçamentos públicos da educação brasileira.
A oferta do serviço pode e até deve continuar gratuita ao povo, diante do atual patamar baixo do nível de renda da população brasileira. Como poderão os privatistas cobrarem mensalidades altas do povo se esse não conseguirá com elas arcar? Diante disso, propõem abocanhar os recursos públicos da educação. E o fato de os três gestores acima citados serem governadores de Estado declaradamente alinhados ao projeto derrotado nas eleições presidenciais de 2022, também não nos surpreende. São fiadores na política dos seus financiadores de campanha que, não raro, se articulam nacional e internacionalmente.
A sociedade brasileira não aceitará mais um desvio explícito de recursos públicos para mãos privadas, sempre sedentas de lucro. Os/as educadores/as de todo o país não se furtarão a combater nas ruas, nas redes e em todos os espaços possíveis tais interesses que, mais uma vez, se voltam contra nosso povo. Por uma educação pública, gratuita, de boa qualidade, laica e socialmente referenciada, não admitiremos a privatização da gestão de nossas escolas.
Brasília, 28 de maio de 2024
Direção Executiva da CNTE