O centro de Curitiba foi tomado no dia hoje por uma marcha gigantesca formada por professores/as, funcionários/as da educação, estudantes e movimento sociais diversos que, a plenos pulmões, gritavam um contundente NÃO contra o programa “Parceiro da Escola” que o governo de Ratinho Júnior (PSD) tenta impor à sociedade. Trata-se do Projeto de Lei nº 345/2024 que, sem nenhuma parceria com a comunidade escolar, o governo estadual encaminhou para a Assembleia Legislativa do Estado no último dia 27 de maio para fazer aprovar o seu projeto de privatização e terceirização da gestão escolar.
O que no início se dizia circunscrever a 200 escolas da rede estadual de ensino (cerca de 9% das escolas do Estado), é desmentido categoricamente pelo PL encaminhado: é autorizado no projeto de lei praticamente a privatização de todas as escolas regulares da rede estadual. A rejeição e o rechaço da sociedade quanto a essa proposta, que desviará os recursos públicos da educação para os bolsos dos empresários amigos, ficou evidente hoje com o tamanho da mobilização na capital Curitiba, que colocou mais de 20 mil pessoas na Praça Santo Andrade, e em várias cidades do interior do Estado.
A privatização da gestão escolar, representada por esse malfadado PL, foi o estopim da greve iniciada no dia de hoje pelos/as educadores/as da rede estadual de ensino do Paraná que, além disso, por meio de sua APP-Sindicato, também reivindicam o fim do uso abusivo das plataformas digitais nas escolas e a instalação imediata de uma mesa de negociação. Trata-se de um governo que adora usar nomes bonitos em seus programas e projetos de desmonte da educação e dos serviços públicos, como “Parceiros da Escola”, mas que todos/as já sabem que seus membros odeiam negociar e construir qualquer coisa coletivamente. Só sabem governar sem diálogo e impondo suas vontades, que sempre são as opostas dos interesses do povo. Os inúmeros pedidos de audiência da APP para dialogar com foram categoricamente ignorados.
De todo o Brasil, educadores e educadoras se somam em solidariedade ao movimento grevista dos/as companheiros/as do Paraná. Que os recursos públicos da educação se voltem verdadeiramente para a educação pública de sua rede estadual de ensino. Privatizar e terceirizar a gestão escolar, definitivamente, não é solução nenhuma. Educar só por meio de máquinas, computadores e aplicativos não faz uma boa educação. E governar sem dialogar também não pode produzir nada de bom.
Brasília, 03 de junho de 2024
Direção Executiva da CNTE