De forma descarada, presidente diz que dinheiro para pagar piso seria todo do governo federal, quando na verdade a União entra no Fundeb com apenas 15%. Maioria das verbas, portanto, saem de estados, DF e municípios. Tal lorota do Bolsofake ajuda maioria de prefeitos e governadores a judicializar a questão, para negar e/ou protelar a correção salarial de 33,23% dos educadores.
Educação | O "anúncio" do reajuste do magistério feito ontem (4) pelo presidente Jair Bolsonaro faz parte da sucessão de fake news contra os interesses dos professores de estados, DF e municípios do País.
Mentira ajuda a emperrar o piso
O Bolsofake mentiu feio ao dizer que é ele que pagará a correção salarial de 33,23%. Com mais essa lorota, o mito dos descerebrados ajuda maioria de prefeitos e governadores a judicializar a questão, para negar e/ou protelar o reajuste dos educadores. Entenda melhor, após o anúncio.
A mentira do Bolsofake ao anuncia reajuste
Jair Bolsonaro disse de forma clara que ele é que pagará o reajuste de 33,23%, pois tem a caneta Bic para isso:
"Quem é que repassa esse dinheiro para eles [prefeitos e governadores]? Somos nós, o governo federal. E a quem pertence a caneta BIC para assinar o reajuste? E decidimos então pelos 33%." (sic). Grifos nossos.
A verdade
Professores de estados, DF e municípios são pagos com a subvinculação de 70% de recursos do Fundeb, fundo criado no governo Lula (PT), assim também como a Lei Federal nº 11.738/2008, que instituiu o piso nacional do magistério.
Dos recursos totais do Fundeb, 85% saem de estados, DF e municípios. A União, em 2022, entrará com apenas 15%. Portanto, não é a caneta Bic do Bolsofake que garantirá os 33,23% para o magistério.
Ao alardear que é ele que manda o dinheiro, Bolsonaro está apenas dando mais gás para prefeitos e governadores judicializar a questão, o que pode emperrar ainda mais o reajuste nos lugares onde ainda não foi pago, maioria do País.
Mais ações para atrapalhar o reajuste
Além da mentira de que é ele que pagará os 33,23%, o presifake Bolsonaro também tomou outras medidas que, na prática, só atrapalham a implementação do reajuste:
Em 14 de janeiro, através do MEC, lançou uma Nota Pública onde disse que o critério de reajuste do piso havia perdido a eficácia. Com isso, deu gás para prefeitos e governadores não pagar o reajuste em janeiro, quando a lei 11.738/2008 reza que a correção é no dia primeiro deste citado mês.
Até os dois teatros que fez para divulgar o reajuste vieram com bastante dias de atraso. O percentual de 33,23% ficou definido em 21 de dezembro de 2021, data em que o custo aluno do ano passado foi fixado de forma definitiva.
Se fosse sério e quisesse mesmo defender os professores, o Bolsofake teria feito seu anúncio nesta data acima citada, evitando mentiras que atrapalhassem a implementação do direito dos educadores. O que fez? Protelou em quase 60 dias a divulgação oficial, materializada agora em fevereiro à base de fake news.
Mobilização
Magistério de todo o País deve se mobilizar para cobrar que prefeitos e governadores cumpram a lei criada no governo Lula. Quem decidir esperar pela caneta Bic do Bolsofake, é bom esperar deitado.