A economia da tragédia de Gladson Cameli: Onde está o dinheiro para reajustar os salários dos servidores?


Duas donas de casa tinham o mesmo orçamento para cuidar das casas por um ano. Uma delas parou de comprar comida suficiente para toda a família, parou de pagar a conta de luz e fazer reparos necessários em sua residência. A outra gastou o orçamento com comida suficiente, pagou a conta de luz, fez os reparos necessários, conseguindo ainda fazer uma pequena ampliação na casa.

No início do ano seguinte, em uma reunião da comunidade, as donas de casa fizeram questão de dizer o que haviam feito. Uma noticiou com alegria sua grande economia do ano anterior, porém a luz de sua residência estava cortada, os filhos estavam subnutridos, com fome e a casa estava destruída. A outra não tinha conseguido economizar, porém os filhos estavam felizes e nutridos e todos falavam dos bons cuidados de sua residência e do piso novo da cozinha.

No início desse ano o governador Gladson Cameli e o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, anunciaram como grande feito uma economia milionária de recursos, como se fosse um feito extraordinário, porém essa pequena historia ilustra que nem toda a economia de recursos pode ser visto como algo positivo.

Os 219 milhões economizados por Gladson no ano passado é o dinheiro que falta para reajustar os salários dos servidores, para fazer os ramais que estão intrafegáveis, para assegurar médicos e remédios nos hospitais a contento, ou mesmo para diminuir as filas de cirurgias. Poderia ter sido investido na construção de obras estruturais, como as pontes de Rodrigues Alves, Sena Madureira ou da Sibéria, em Xapuri. Daria para construir mais de 4 mil casas populares.

Enquanto Bocalom economizou 164 milhões, Rio Branco continua com ruas esburacadas, algumas sem pavimentação, falta iluminação pública os ramais da Transacreana não tem trafegabilidade, o sistema de transporte coletivo continua um caos e os servidores municipais sem reajuste. Com esse dinheiro era possível ajudar 27 mil famílias rio-branquenses com um auxílio municipal de R$ 500,00 mês durante um ano, ou mesmo fazer mais de 100km de asfalto.

A economia de recursos, em ambos casos, nada mais é do que a completa ausência de um plano de ação e investimentos de ambos gestores, que governam sem planejamento e sem competência administrativa. É a economia da tragédia gerencial que vivemos, onde falta dinheiro para atender a população mesmo com sobra no orçamento.

Economia na administração é quando se faz mais com menos. Deixar de inverti no desenvolvimento econômico e social, com dinheiro em caixa, é crime contra o povo. Parafraseando Gladson Cameli, dinheiro tem o que falta é gestão.

3dejulhonoticias.

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