1. Jair Bolsonaro atrasou — propositalmente — em mais um de mês o anúncio oficial que, pela lei criada por Lula, deveria ter sido feito ainda no dia 21 de dezembro do ano passado. 2. Jair Bolsonaro articulou com a CNM e publicou através do MEC uma nota para tentar deslegitimar o reajuste. 3. E Jair Bolsonaro está caladinho diante de manifestação criminosa dessa mesma CNM, que manda descumprir o que ele Bolsonaro, sob pressão, foi obrigado a divulgar. Defender Jair Bolsonaro qualquer um pode. É opinião, é direito. Negar os fatos e acreditar em suas mentiras, aí é prova de loucura e tolice. Não contribui em nada para que o reajuste de 33,23% seja cumprido.
Educação | Ao contrário do que alguns docentes espalham de maneira incauta nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro atuou o tempo todo para sabotar o reajuste de 33,23% para o magistério. Só divulgou oficialmente após muita pressão dos professores e seus sindicatos, tendo à frente a CNTE.
Após o anúncio, apresentamos de forma sintética e com dados reais três fatos que revelam como, verdadeiramente, Bolsonaro atuou e continua a atuar para que esse reajuste não seja cumprido ou cada vez mais dificultado. Bolsonarista ou não, sugerimos que você leia até o final.
Os três fatos que revelam a verdade sobre o reajuste
1. Jair Bolsonaro atrasou — propositalmente — em mais de um mês o anúncio oficial do reajuste. Anúncio era para ter sido feito em 21 de dezembro de 2021, junto com a publicação da Portaria Interministerial MEC/ME nº 10, que elevou o Custo Aluno do ano passado para R$ 4.462,83. Com tal portaria, e a partir de sua data, valor do reajuste ficou definido em 33,23%, com base na Lei Federal nº 11.738/2008, criada no governo Lula (PT) e em pleno vigor. Assim, o presidente Jair Bolsonaro não tinha por que esperar. Deveria ter divulgado oficialmente, sem mais embromações, até mesmo porque a lei do piso diz que a atualização é em 1º de janeiro de cada ano. Ao atrasar de forma proposital o anúncio, Bolsonaro deu tempo e gás para todo tipo de especulação mentirosa sobre o reajuste, em particular vinda da CNM e prefeitos que essa entidade representa. A intenção clara era desgastar, enfraquecer e não anunciar, para criar o clima de que correção deveria ser esquecida.
2. Como esse atraso proposital não arrefeceu o ânimo dos professores, Jair Bolsonaro articulou de forma velada com a CNM uma Nota Pública, divulgada através do MEC, para tentar deslegitimar o reajuste. Tal documento deu ainda mais gás para a CNM, prefeitos, governadores e parte da grande mídia alardear, através de fake news, que a lei do piso não mais existiria. Isso serviu também para confundir a opinião pública e até parte dos educadores. E a intenção clara, mais uma vez, foi essa: desgastar, enfraquecer e não anunciar o reajuste, para criar o clima de que correção deveria ser esquecida.
3. Como a nota fake também não colou, Jair Bolsonaro foi obrigado então a anunciar o reajuste, feito com quase 40 dias de atraso. Achando pouco, o que faz agora? Fica caladinho diante da ordem dada por Paulo Ziulkoski — presidente da CNM — para que prefeitos descumpram a lei e ignorem o reajuste anunciado por ele Bolsonaro. Ora, será que o valente capitão Jair Bolsonaro aceitaria caladamente ser desautorizado por esse senhor Ziulkoski, se a questão em tela fosse de interesse direto do próprio governo Bolsonaro e de seus aliados no centrão? Claro que não. O silêncio também faz parte da clara intenção de desgastar e enfraquecer, para ver se o magistério desiste do reajuste a que tem direito.
Portanto, defender Jair Bolsonaro qualquer um pode. É opinião, é direito. Quem quiser, faz. Negar os fatos e acreditar em suas trapaças e mentiras, aí então é prova de loucura e tolice. Não contribui em nada para que o reajuste de 33,23% seja cumprido.