A questão é séria, pois não há sequer estudos que indiquem o grau de proteção da CoronaVac e da vacina de Oxford/AstraZeneca contra essa nova cepa que já começa a se alastrar por todo o Brasil. Volta das aulas presenciais pode agravar e muito o problema.
Sem vacinação em massa, todos correm perigo de contaminação. Imagem: Canva.
Educação | Mais transmissível, segundo cientistas, nova cepa do coronavírus identificada inicialmente em Manaus já começa a se alastrar de forma autóctone — sem "importação" — por todo o País, e autoridades sanitárias temem uma terceira onda da pandemia. Em pelo menos 12 estados há registros do problema.
Tragédia
Dentro das escolas, mutação do vírus pode provocar uma verdadeira tragédia, diz o biólogo paulista Túlio N B Santos, vez que, adverte, o ambiente escolar já é naturalmente muito propício à disseminação da doença.
"Como essa linhagem P1 é mais transmissível que as outras, nem é bom pensar no que pode acontecer com professores, alunos e demais profissionais do magistério sem vacina e dentro do ambiente escolar ", diz o pesquisador ao Dever de Classe Continua, após o anúncio.
Casos
Segundo O Globo (16), "o Ministério da Saúde informa que, além de Amazonas e São Paulo, essa mutação do vírus já atinge pelo menos Ceará, Espírito Santo, Pará, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima e Santa Catarina. E, segundo autoridades de saúde locais, há registros na Bahia e houve um episódio autóctone registrado no Rio Grande do Sul.
Incógnita
O Globo diz também que: "A própria eficácia dos imunizantes [contra essa nova cepa do vírus] é outra incógnita. Não há estudos que indiquem o grau de proteção da CoronaVac e da vacina de Oxford/AstraZeneca contra essa cepa. Continua, após o anúncio.
Lockdown, principalmente nas escolas
Diante da gravidade da situação, e da incerteza em relação às vacinas, a melhor forma de evitar uma contaminação em massa no País por essa nova cepa do vírus é adotar medidas rigorosas de distanciamento social. "É preciso voltar o lockdown, em um grau ou noutro, precisa voltar, principalmente nas escolas", diz o biólogo Túlio Santos. Após o anúncio, veja 10 razões para não reabrir escolas agora.
10 razões para não reabrir escolas agora
1. Professores e demais profissionais do magistério não foram incluídos sequer nos grupos prioritários para vacinação. O mesmo vale para os alunos. Ou seja, dentro do ambiente escolar, todos estarão muito vulneráveis.
2. Crianças, segundo os mais variados profissionais médicos, são vetores fáceis do vírus, pois geralmente não apresentam sintomas graves ou mesmo leves da doença. Dentro do espaço fechado de uma sala de aula, basta uma para contaminar muita gente.
3. Professores, em grande, parte, estão nos grupos de risco, pois muitos têm doenças respiratórias, diabetes e outras. Logo, podem se contaminar e até morrer com mais facilidade. E há também os demais profissionais do magistério, inúmeros também com doenças preexistentes. Continua, após o anúncio.
4. Pelas condições objetivas de nossas escolas, não é possível manter uma distância segura entre professores e alunos, principalmente nas salas de aula com mais de 30 estudantes. Leia mais sobre isto AQUI.
5. Escolas públicas e maioria das particulares não têm condições de atender aos protocolos sanitários de higienização e distanciamento dentro dos seus espaços internos. Em muitas falta até sabão. Há também o agravante das condições financeiras ruins das famílias de milhões de alunos que não têm condições de comprar sequer uma máscara.
6. O potencial de atendimento médico e hospitalar do País, no SUS ou rede privada, não é capaz de atender a população caso ocorra uma contaminação em massa ou pelo menos mais vigorosa do que já vimos até aqui. Continua, após o anúncio.
7. Os que defendem a reabertura geral de tudo, incluindo as escolas, o fazem a partir de interesses políticos e econômicos pessoais. Ou seja, pouco se importam com quem vai se contaminar e morrer.
8. É consenso no mundo todo, entre cientistas das mais variadas áreas médicas, que as escolas estão entre os locais mais propícios à disseminação da doença.
9. A terceira onda do vírus já se alastra por todo o Brasil. Manter escolas abertas é querer mais contaminações e mortes.
10. Preservar a vida de milhões de alunos, professores e demais profissionais do magistério vale mais que qualquer ano letivo ou interesses econômicos e políticos de quem quer que seja.