A diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac) aproveita a data alusiva do Dia do Estudante, para reafirmar a sua posição do não retorno das aulas presenciais nas escolas públicas, enquanto não tiver uma vacina para imuniza-los da covid-19 e as condições protetivas garantidas pelas autoridades de saúde de que não ocorra novas contaminações no espaço escolar. Afinal de contas, temos mais de dois milhões de crianças e adolescentes matriculados na rede pública do país, mas no estado eles chegam em torno de 150 mil estudantes na rede estadual.
Apesar da decisão do governo do Amazonas de retomar o ano letivo e as Secretarias de Educação (estadual e municipal) estarem discutindo a volta às aulas sem apresentar a comunidade escolar um plano de segurança para proteger crianças e jovens do coronavírus, somos contrários a proposta das aulas presenciais sem o controle da doença que já matou mais de 100 mil brasileiros e infectou mais de três milhões. Cerca de 70% dos pais e mães que têm filhos matriculados no 6º e o 9º ano do ensino fundamental na rede pública já manifestaram favorável que os seus filhos ficassem na mesma série em 2021, segundo uma pesquisa da Datafolha feita.
Um estudo da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) divulgado recentemente, apontou que o retorno do ano letivo, que pelo menos 9,3 milhões de pessoas ficariam sujeitas à contaminação pelo novo coronavírus, porque elas fazem parte de grupos de risco como idosos e adultos com comorbidades que passaria a conviver diretamente com as crianças, jovens e profissionais da educação. O levantamento revelou ainda a necessidade das escolas, colégios e universidades adotem medidas de segurança e que estas recomendações possam ser cumpridas à risca, por conta do alto risco do contágio iminente.
O nosso maior temor é a possibilidade de aglomerações nos corredores da escola, nos transportes públicos e a falta de controle sobre o comportamento das crianças e adolescentes que pode contribuir como uma nova janela de novas contaminações. Acreditamos que o maior perigo que se os alunos forem contaminados nesses espaços públicos, podem levar para casa o vírus e infectar parentes que fazem parte deste grupo de risco. A estimativa da Fiocruz que apenas 10% destes 9,3 milhões de adultos e idosos que convivem com crianças em idade escolar, vierem a ser contaminados e apresentarem complicações clínicas, será preciso a disponibilidade de mais de 900 mil leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para evitar que os familiares do estudantes venham a morrer por causa da doença