Foram feitas sete audiências públicas nas cidades de Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre, Belém, Rio de Janeiro e ainda no Distrito Federal. Outros dez municípios do interior do país receberam visitas de representantes do Pnud. O site www.brasilpontoaponto.org.br, de acordo com o órgão, foi responsável pela metade das participações – escritas e em vídeo.
“Há dez anos, não teríamos feito esse trabalho porque não havia internet nas escolas ou a popularização dos celulares”, afirmou o coordenador do relatório no Brasil, Flávio Comim. Ele destacou que, de maneira geral, todos os relatos colhidos pelo Pnud tratam de reclamações dos brasileiros em relação ao que o governo oferece.
“Quando você faz uma pergunta aberta, tem a possibilidade de entender não apenas o que está errado, mas o como e o porquê.” Em relação à educação, Comim explicou que a preocupação dos que participaram é mais geral e trata não apenas do quesito qualidade ou do mercado de trabalho, mas de assuntos como a falta de valores nas próprias escolas. A violência cotidiana e a violência como forma de resolver conflitos foram os outros recortes mais mencionados.
As políticas públicas também foram tema bastante tratado na consulta popular. Entre os assuntos transversais, tiveram como destaque, além dos valores, a corrupção e a desigualdade no país.
O coordenador destacou que o objetivo do Pnud não é publicar um documento “para que fique na estante”. Para isso, a estratégia, segundo ele, é que os cadernos que irão compor o relatório sejam transformados em produtos que agradem diferentes gostos.
“Você pode não ter interesse em ler um relatório de 300 páginas, mas pode ter interesse em ler um quadrinho, em escutar uma música ou em observar um quadro. A gente espera que o relatório gere não apenas uma discussão nacional, mas que seja capaz de chegar na ponta para as pessoas que não participaram.”