Volta às aulas após quarentena: veja 10 medidas adotadas em 7 países para a retomada do ensino


No Brasil, as aulas estão suspensas em todos os estados e escolas seguem fechadas.

Alunos do ensino médio voltam à sala de aula em Wuhan, na província de Hubei, na China, nesta quarta-feira (6) — Foto: AFP

Após decretarem o afrouxamento do isolamento social para conter a transmissão do novo coronavírus, países que estão voltando às aulas adotam medidas de prevenção para evitar uma nova onda de contaminação.

O G1 analisou a experiência de países como China, Coreia do Sul, Dinamarca, Finlândia, França, Portugal e Israel para saber quais cuidados estão sendo tomados na volta às aulas. No Brasil, as aulas estão suspensas em todos os estados e as escolas seguem fechadas.

Entre as medidas, estão:

desinfecção de escolas
tendas de desinfecção dos alunos na entrada
controle de temperatura
uso de máscaras
lavagem de mãos e instalação de torneiras
grupos menores de alunos
distanciamento
horários diferentes de entrada e saída
arejar a sala
afastar professores do grupo de risco

A reabertura das escolas é um marco no fim do isolamento porque permite que os pais possam voltar ao mercado de trabalho. Apesar dos esforços, ao menos dois dos países analisados voltaram a registrar casos de transmissão de coronavírus: Coreia do Sul e França.

Na Coreia do Sul, mais de 200 escolas foram fechadas nesta sexta-feira (29) dias após reabrirem, devido ao surgimento de novos casos de contaminação. Com isso, Seul adotou novas medidas para evitar a transmissão de casos, como limitar o número de alunos por sala, enquanto os demais ficam em casa, aprendendo por atividades remotas.

Na França, 40 mil escolas foram reabertas no início de maio. Uma semana depois, 70 registraram casos de coronavírus e tiveram que ser fechadas.

As regras de confinamento impostas para conter o avanço da disseminação do novo coronavírus deixaram mais de 1,5 bilhão de crianças e adolescentes fora da escola em 188 países, segundo balanço da Unesco divulgado em abril.

Desinfecção de escolas


20 de maio - trabalhador desinfeta escola em Parque Ivory, na África do Sul. — Foto: Siphiwe Sibeko/Reuters

Medidas extras de limpeza são uma recomendação comum. Em diversas partes do mundo, a desinfecção das escolas ocorre antes dos alunos chegarem e durante a permanência deles.

Em Portugal, 17 mil litros de desinfetantes e outros equipamentos de proteção e higiene foram distribuídos para centros educacionais.

Na França, as orientações do Ministério da Educação contêm inclusive quais produtos a serem utilizados para desinfecção das escolas e a frequência da higienização: o chão deve ser limpo uma vez por dia enquanto maçanetas, sanitários e interruptores devem ser higienizados várias vezes.

Tenda de desinfecção dos alunos


China tem volta às aulas do ensino médio com medidas de segurança e medo do coronavírus. — Foto: GREG BAKER / AFP

Na China, escolas instalaram tendas de desinfecção por onde os estudantes precisam passar antes de entrarem na escola.

Controle de temperatura


Termômetro usado para medir a temperatura das pessoas e fazer controle da Covid-19.. — Foto: Steve Parsons / Pool / AFP

O controle da temperatura para detectar se o aluno está com febre, um dos mais comuns sintomas da Covid-19, é uma preocupação em vários países.


Em Pequim, pulseiras inteligentes, que fazem essa medição em tempo real, estão sendo testadas. Os pais monitoram a situação por meio de um aplicativo. Caso a temperatura passe de 37ºC, um alerta é enviado para os professores, que são orientados a alertar a polícia.

Uso de máscara


China retoma aulas do ensino médio em Pequim e Xangai nesta segunda-feira (27). — Foto: GREG BAKER / AFP

O uso de máscaras em geral também é recomendado, mas os critérios variam de país para país.

Na China, as crianças utilizam máscaras o tempo todo, inclusive dentro da sala de aula.

Coronavírus na educação: na França, professora leciona com máscara nesta segunda-feira (18). — Foto: Sebastien Bozon/AFP

Em Israel, as crianças da 4ª série em diante tem que usar essa proteção. Na França, as crianças menores também estão dispensadas. No entanto, a escola deve ter máscaras à disposição dos alunos caso eles apresentem sintomas durante as aulas e estejam aguardando para serem retirados.

Uma exceção é a Dinamarca, país onde não existe a recomendação para utilização de máscaras em ambientes públicos.

Lavagem de mãos e instalação de torneiras


Crianças lavam as mãos na escola Gudenåskolen, na Dinamarca — Foto: Lone Mathiesen/ Divulgação/ Embaixada da Dinamarca no Brasil

O incentivo à higiene e lavagem de mãos está sendo constante nas escolas que voltam às aulas.

Na Dinamarca, as escolas chegaram a instalar torneiras fora dos edifícios para que as crianças lavem as mãos quando chegam à escola.

Em Portugal, é obrigatório a lavagem das mãos ao entrar e sair da escola. Na Coreia do Sul, os estudantes receberam material desinfetante para higienizar as mãos.


Como lavar as mãos do jeito certo com água e sabão

Grupos menores de alunos


18 de maio de 2020 - Alunos usam máscara em sala de aula no colégio D. Pedro V, em Lisboa, no dia em que parte dos estudantes volta a ter aula em meio à pandemia do novo coronavírus (COVID-19) em Portugal — Foto: Rafael Marchante/Reuters

Alguns países adotaram a medida de dividir os estudantes em grupos menores para evitar contatos mais próximos entre eles, como na Finlândia.

Na Dinamarca, as turmas, que têm entre 20 e 28 alunos, foram divididas para que os alunos possam interagir apenas dentro desse espectro menor.

Em Seul, na Coreia do Sul, os jardins de infância e escolas do ensino básico, fundamental e médio poderão receber apenas um aluno a cada três e os demais terão que seguir com o ensino a distância.

Distanciamento


15 de maio - Estudantes conversam enquanto praticam o distanciamento social no pátio de uma escola secundária durante sua reabertura em Bruxelas, na Bélgica, durante o surto do coronavírus (COVID-19) — Foto: Yves Herman/Reuters

Em geral, as salas de aula foram reorganizadas de maneira que as mesas dos alunos fiquem a pelo menos um metro de distância entre elas. A recomendação é feita pelo governos da França, Dinamarca. Em Israel, essa distância é de dois metros.

Na Dinamarca, além da distância de um metro entre as mesas dos alunos, o professor deve ficar a dois metros do estudante que senta mais próximo dele.

Alguns países adotam inclusive paredes acrílicas para evitar que gotículas da fala sejam trocadas entre os estudantes e entre estudantes e professores, como é o caso da Coreia do Sul.

Alunos retomam aulas na Coreia do Sul; em algumas escolas, carteiras têm divisórias — Foto: Yonhap / AFP Photo

Para estudantes menores, mantê-los afastados é um desafio. Uma solução lúdica, feita com asas de papelão, foi adotada na província de Shanxi, na China, para lembrá-los a distância que precisam ficar uns dos outros.

Alunos do ensino fundamental usam asas para manter o distanciamento na sala de aula em Taiyuan, na província de Shanxi, no norte da China. Foto tirada em 20 de maio de 2020 — Foto: AFP

Horários diferentes de entrada e saída

Em Portugal, alunos estão sendo organizados em grupos que terão horários de aula, intervalos e períodos de alimentação diferentes entre si, para minimizar o contato.

A mesma medida foi adotada pelos governo da Finlândia e Israel, que determinaram o estabelecimento de horários diferentes para intervalos, entrada e saída para evitar aglomeração.

Na Dinamarca, além dos horários variados, novos portões estão sendo utilizados para que a entrada e saída dos grupos não coincidam. Os pais também são orientados a se despedir dos filhos fora da escola e devem pedir permissão, caso necessitem entrar no estabelecimento.

Arejar a sala

Na França, as escolas são orientadas a manter as janelas abertas antes das aulas, durante o intervalo e depois da partida dos alunos.

Afastamento de professores do grupo de risco


27 de abril - Médicos de um hospital coletam amostras de professores do ensino médio para testes em uma escola após o surto da doença por coronavírus em Yichang, província de Hubei, na China — Foto: China Daily via Reuters

Em Israel, professoras com mais de 65 anos não retomaram as atividades. A medida é para evitar que eles fiquem expostos à uma possível nova onda de circulação do coronavírus.

G1.

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