Unesco: mundo precisa de 44 milhões de professores

A crise global, escassez de docentes, ameaçam a qualidade do ensino, de acordo com o Consenso de Santiago


A crise global, escassez de docentes, ameaçam a qualidade do ensino, de acordo com o Consenso de Santiago

O Consenso de Santiago adotado em Agosto, durante o World Summit on Teachers (Cúpula Mundial sobre Professores), reúne princípios e ações para o fortalecimento de políticas e financiamento da educação, e pede o reconhecimento da relação aluno e professor como um patrimônio da humanidade. Além disso, traz um alerta: a escassez de professores qualificados.

Os efeitos já são percebidos na qualidade do ensino. De acordo com a Unesco, 44 milhões de professores precisarão ser contratados até 2030, a maioria na Ásia e na África, embora o déficit na América Latina e no Caribe chegue a 3,2 milhões de profissionais.


O documento destaca ainda o superlotamento das salas de aula, especialmente em países de baixa renda e regiões afetadas por crises. Isso compromete a eficácia do aprendizado, gera sobrecarrega aos professores e amplia as desigualdades entre os estudantes.

“Essa situação limita a capacidade dos docentes de atender às necessidades dos alunos e amplia as desigualdades de oportunidades”, afirma o texto do Consenso.
Valorização e apoio aos professores

A solução, segundo o documento, é atrair, preparar e reter profissionais qualificados. Isso significa oferecer melhores salários, condições dignas de trabalho, estabilidade, formação contínua e apoio para que eles possam acompanhar as rápidas transformações do mundo atual.

O presidente da CNTE e vice-presidente da Internacional da Educação para a América Latina, Heleno Araújo, afirma ser fundamental o investimento nos profissionais.

“Se queremos ter formação cidadã, melhorar a vida das pessoas, nós precisamos, urgentemente, cuidar das leis e dos docentes. Precisamos de recrutamento justo, contratos permanentes, salários dignos e desenvolvimento profissional", explicou o presidente da CNTE.

Outro ponto que foi debatido no evento em Santiago é a necessidade de preparar os professores para a transformação da aprendizagem, incluindo o uso de ferramentas digitais e de inteligência artificial de forma ética e responsável.

“É preciso um sistema de desenvolvimento que integre tecnologia, inteligência artificial nas práticas de ensino, como apoio educativo, de forma proveitosa, acessível e gratuita", acrescentou Heleno Araújo.
Apoio internacional

A Unesco tem atuado juntamente com os Estados-membros para enfrentar a crise, seja por meio da orientação em políticas públicas ou pelo monitoramento de padrões internacionais.

Entre as iniciativas recentes, estão o Relatório Global sobre Professores 2024 e a Força-Tarefa Internacional sobre Professores para Educação 2030, que buscam soluções conjuntas para reverter a escassez e valorizar a profissão.

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