Tarcísio de Freitas pagar em média R$ 6 mil a policiais militares para eles irem "ensinar" ética e hinos aos alunos é um escândalo contra os interesses dos verdadeiros profissionais da Educação
Educação / Segundo editorial de quarta-feira (6) da Folha de S.Paulo, o governador Tarcísio de Freitas quer pagar até R$ 6 mil por mês para policiais militares aposentados irem para dentro de escolas públicas paulistas neste segundo semestre. Cem estabelecimentos de ensino, em um primeiro momento.
Tarefa dos PMs: "ensinar" ética, cidadania, civismo, entoação de hinos e uso de uniformes pelo alunos. Projeto é para agradar o ex-presidente Jair Bolsonaro, padrinho político do governador.
Escândalo
Medida de Tarcísio é um verdadeiro escândalo contra os interesses dos verdadeiros profissionais da Educação: professores e demais civis que atuam no setor. Na prática, o governador quer desviar dinheiro dos educadores para beneficiar policiais de pijama.
R$ 7,2 milhões para PMs
Diz também a matéria da Folha:
"Segundo o plano [de Tarcísio], serão contratados 208 policiais para atuar como monitores em projetos de ética, cidadania e civismo, além de cuidar de aspectos disciplinares, como entoação de hinos e uso de uniformes pelos alunos."
"Pela tarefa, cada agente receberá R$ 301,70 por dia, o que pode render até R$ 6.000 mensais, caso a carga máxima de 40 horas seja cumprida. O gasto estimado pelo governo paulista é de cerca de R$ 7,2 milhões."
Falsificação
Esse modelo de "escola" cívico-militar" na verdade é pura falsificação. Neste sentido, editorial da Folha corrobora opinião de especialistas e destaca:
"Escolas militares de fato têm notas superiores, mas isso não se deve à disciplina da caserna, e sim a verbas maiores e a um rígido processo seletivo de estudantes."
O que o governador Tarcísio de Freitas deve fazer, portanto, é parar de gastar dinheiro público com PMs e direcionar as verbas em maior volume a todas as escolas paulistas, sob rígido controle dos profissionais civis da Educação.
Perigo!
Governador sonha se eleger presidente do Brasil em 2026. Seria uma tragédia, principalmente para as escolas públicas e seus profissionais.