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Um levantamento divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) revelou que o Acre registrou, em 2024, o menor salário médio de admissão do país. De acordo com os dados, os trabalhadores recém-contratados no estado receberam, em média, R$ 1.700, valor bem abaixo da média nacional, que foi de R$ 2.178.
O desempenho coloca o Acre na última posição do ranking nacional de salários iniciais, atrás de estados como Roraima (R$ 1.715) e Amapá (R$ 1.725). Enquanto unidades da federação como São Paulo (R$ 2.473) e Distrito Federal (R$ 2.284) registraram os maiores valores, o estado acreano apresentou um aumento de apenas 0,9% no acumulado do ano, um dos mais baixos do país.
A dificuldade em elevar os salários iniciais já havia sido apontada por especialistas no ano passado. Em uma entrevista concedida em 2024, o assessor da presidência da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Acre (Fecomércio), Egídio Garó, destacou os desafios enfrentados no estado, que incluíam a migração de trabalhadores e o aumento da informalidade no mercado de trabalho. Segundo ele, muitos desligamentos ocorreram por iniciativa dos próprios trabalhadores, que buscam alternativas mais vantajosas.
“Já no comércio, nós temos uma outra condição. Há uma saída, principalmente espontânea. Segundo pesquisa da Federação do Comércio, junto aos empresários do comércio varejista, esse desligamento dos empregados ocorre de forma espontânea, ou seja, eles pedem para sair da empresa. Consequentemente, ou eles vão para o setor de serviços, que é o que mais cresce aqui no Acre e também o que mais gera e demite empregos, ou migram para outras unidades da federação. Em conversa com diversos profissionais e cidadãos, eles informam exatamente isso: que estão indo para outros estados buscar uma oportunidade melhor de trabalho e crescimento profissional”, pontuou Garó.
Além da migração interestadual, a busca por alternativas na economia informal é uma realidade crescente no Acre. “Apesar de o comércio ter perdido a titularidade na geração de empregos para o setor de serviços, há também uma migração para a economia informal. As pessoas preferem, segundo dados de pesquisa relacionados ao mercado de trabalho em Rio Branco, trabalhar por conta própria, ou seja, fazer bicos, em vez de manter empregos formais. Isso tem comprometido o desenvolvimento do comércio e, mesmo com o crescimento do setor de serviços, o comércio está estagnado”, acrescentou à época.