Não há ensino bom se o salário do(a) professor(a) é ruim

É preciso elevar piso e carreiras, para que o professor não se mate de trabalhar, inclusive fazendo "bico" para melhorar renda

os professores, todo dia 15 de outubro, são "parabenizado(a)s pelo seu dia". Em época de eleições, também é muito comum os docentes serem ovacionados em prosa e verso pelos políticos.

Passados esse dia 15 e os processos eleitorais, contudo, docentes caem no esquecimento e seguem uma rotina muito difícil. Muito difícil mesmo.

Além da sobrecarga na escola — muitos labutam até três turnos — professores ainda levam um amontoado de tarefas para casa: provas e trabalhos para elaborar e corrigir, fichas de notas, planejamento... Isto somado, quase regra geral, a salas desconfortáveis, cheias, onde o estresse é a regra.

"E o salário, Ó!", como dizia o grande Professor Raimundo, criação do genial cearense Chico Anysio. Basta ver que o Piso do magistério em 2024 — R$ 4.580,57 para dois turnos ou 40 horas semanais — é uma merreca perto do que ganham alguns outros profissionais de mesma titulação e jornada no serviço público. Vergonhoso, infame, imoral, injusto.

Apesar de tantos inconvenientes, educadores muitas vezes ainda são acusados de desídia e falta de compromisso e interesse com os alunos, principalmente quando se trata de escola pública. Sacanagem pura, isto em relação aos docentes.

Ora, não dá para pensar em ensino de qualidade em canto nenhum do planeta com professores sem valorização salarial. É mito, falácia ou parabéns falsos todo 15 de outubro ou em época de eleições. Quem se atreve a dizer o contrário?


É preciso, portanto, elevar piso e carreiras do magistério, para que o professor e a professora não se matem de trabalhar, inclusive fazendo "bico" para melhorar renda. Simples assim.

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