CNTE cobra políticas para melhorar a saúde do professor no Brasil
No Dia dos Professores, a secretária de saúde da CNTE - Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública - Francisca Seixas, cobra políticas de prevenção ao adoecimento desses profissionais no local de trabalho.
Segundo Francisca, em alguns estados do país, o assédio moral institucional e a pressão sofrida dentro da sala de aula têm adoecido os professores. Entre as causas estaria segundo ela, a plataformização da educação (o uso intensivo das ferramentas digitais na área) que trouxe sobrecarga e desconexão para o trabalho desses profissionais.
A secretaria destaca ainda a violência no ambiente escolar, que tem causado adoecimentos e até mortes de profissionais. Na avaliação de Francisca Seixas, essa situação é consequência da desvalorização da categoria.
A professora de psicologia da PUC-Campinas e integrante do Conselho Federal de Psicologia, Raquel Guzzo, observa que a pressão sobre os professores aumentou desde a pandemia e defende que pensar em um ambiente escolar saudável para esses profissionais passa por organização e o planejamento das ações na escola de forma coletiva e compartilhamento de experiências.
Raquel Guzzo também destaca a importância da atuação de psicólogos escolares nesses espaços.
No livro "Seminários - trabalho e saúde dos professores: precarização, adoecimento e caminhos para a mudança", lançado no ano passado, pesquisadores apontam que muitos professores têm adoecido por transtornos mentais, como síndrome de burnout, estresse e depressão, tanto na rede pública quanto na rede privada. Sintomas físicos também foram citados, como os distúrbios de voz e lesões nos músculos, tendões ou articulações.
*Com produção de Dayana Vitor.
Edição: Roberto Piza / Liliane Farias