No último dia 28 de junho, os/as educadores/as da rede estadual de ensino de Mato Grosso fizeram uma linda e potente marcha em defesa de uma política de valorização salarial, pelo fim do confisco das aposentadorias e pela abertura de diálogo sobre as condições de trabalho nas escolas do Estado. A paralisação dos/as professores/as e funcionários/as foi um lindo ato da plena democracia que vivemos em nosso país, reunindo milhares de educadores/as em Cuiabá, vindo de muitas caravanas de diferentes regiões do Estado.
Mas a beleza do ato deixou insatisfeito quem se arvora a querer ser um tiranete no Estado. Eleito pelo voto popular, o atual governador se apequena quando, como um menino amarelo que se acha o dono da bola, quer parar o jogo da democracia: extrapolando a função que lhe foi outorgada pelo povo, o mandatário estadual exonerou de suas funções mais de 70 educadores/as que, naquele dia, decidiram livremente participar do ato em defesa de sua profissão. Sem perceber o quanto que sua postura foi movida unicamente por um sentimento de retaliação, o governador conseguiu com as demissões gerar um enorme impacto administrativo na rede estadual de ensino.
Para que se preocupar com a boa gestão pública quando o gestor maior do Estado age puramente com o fígado, não é mesmo? Aceite a democracia, Governador Mauro Mendes! Aprenda com os/as educadores/as de seu Estado que a luta também ensina e que, pelo visto, dessa lição você se ausentou quando na escola esteve. Essas demissões são produto do rompimento que ele mesmo, como governador, fez com a gestão democrática na rede de ensino do Estado, direito assegurado pela nossa Constituição Federal. E ele assim o fez para justamente ficar livre para lançar mão de ações administrativas autoritárias. Qualquer um que ouse contrariá-lo sofrerá agora, ou pelo menos até as próximas eleições, com esse tipo de postura.
Lá na frente, quem perderá votos com isso será o senhor Mauro Mendes que, no futuro, será lembrado como o projeto de tirano que não sabia conviver com a democracia. Isso será lembrado por todos/as os/as educadores/as do Estado, em todos os municípios em que houver uma escola pública da rede estadual de ensino. Suas ações autoritárias de hoje, Governador, não passarão impunes e incólumes por nossa lembrança.
Brasília, 03 de julho de 2023.
Direção Executiva da CNTE