COLETIVO Filiados da CNTE apontam os maiores desafios para a educação na atual conjuntura


Um cenário de esperança, essa é a avaliação feita por Guelda Andrade após as reuniões do Coletivo Educacional realizadas em Brasília nestas segunda (17) e terça-feira (18). A análise foi feita com base nas lutas e conquistas na retomada das políticas públicas em tão pouco tempo de governo Lula.

Sobre a gestão democrática e a tecnologia na educação, a secretária de Assuntos Educacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) disse que é preciso alinhar algumas concepções. “A tecnologia, por exemplo, o conceito e a concepção das plataformas, como trabalhar no espaço do profissional.”

Ela explicou que é importante pensar a tecnologia em dois momentos: a que chega na escola no sentido de gerenciar o trabalho do profissional de educação; e a tecnologia na organização curricular, como pode contribuir com o trabalho do profissional. “Nós queremos uma educação que pode, sim, agregar a tecnologia, mas jamais substituir a figura do professor, porque nós estamos falando de seres humanos”, enfatizou.

Para ela, esse recurso é um dos desafios que os/as trabalhadores em educação têm no momento. Isso ocorre porque os meios de produção mudaram e o mundo mudou. “Exige de nós um outro movimento dentro da educação. Estamos em um momento de muita reflexão para que a gente consiga encontrar esse ponto de equilíbrio de aproveitar esse meio para contribuir com o processo educacional.”

Segundo Graciele Fabrício, do Sindicato dos Professores da Rede Municipal de Ijuí (Apmi-Sindicato/RS), discutir a política educacional da Confederação é extremamente importante, por unir e sistematizar todas as discussões. “Nele aparecem os rumos que temos que tomar do ponto de vista das nossas ações.”

A professora abordou o tema da tecnologia e como ela atinge a ação desses profissionais como sujeitos fundamentais na transformação da educação pública. “Nós somos agentes transformadores. Temos que aprender que somos isso, não somos sozinhos, mas somos fundamentais no processo de transformação dos sujeitos, da humanidade.”

Para Vanda Bandeira Santana, do Sindicato dos Professores e Funcionários de Escola do Paraná (APP Sindicato/PR), a tecnologia também deve ser abordada como recurso pedagógico e não para servir de monitoramento, de vigilância e controle. “Diante dessa nova organização da estrutura, da sociedade, do mundo do trabalho, a gente não descarta as tecnologias. Mas elas precisam, na escola, serem usadas dentro de um processo de ensino e aprendizagem em que ele foi planejado a partir da realidade daquela escola.”

Vanda também considera que a reunião do Coletivo Educacional é uma importante oportunidade para os dirigentes dos sindicatos filiados à CNTE de fazer uma reflexão aprofundada da conjuntura atual. Ela cobrou uma real valorização da gestão democrática da educação, do respeito à participação popular nas decisões governamentais e da valorização dos profissionais.

Plano Nacional de Educação

Outro desafio citado por Guelda é o Plano Nacional de Educação (PNE), pois ele precisa ser construído nesse novo cenário político. “A disputa pelo ‘público’ vem de forma acirrada e nós defendemos, intransigentemente, que recurso público é para garantir educação pública e gratuita. ”

Pauta remuneratória

Charles Simeão, do Sindicato dos Servidores Públicos em Educação do Amapá (Sinsepeap), colocou como grande dificuldade da educação pública a implementação do piso salarial. “Os governos ainda não atendem a necessidade da carreira docente do professor. É preciso avançar nessa pauta remuneratória”, cobrou.

Para ele, muitas pessoas não querem seguir a carreira de professor justamente por causa da desvalorização da profissão. “O piso vem para corrigir essa distorção, mas é preciso que os governantes olhem com carinho, valorizem o professor, o pedagogo, o auxiliar educacional, todos os atores que compõem a escola, para que a gente possa melhorar.”

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