Lula diz que Estado 'falhou' e promete alfabetizar 100% do fundamental


Segundo o petista, o Brasil sofreu um grande retrocesso durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro da Educação, Camilo Santana

Nesta segunda-feira (12), após receber um prêmio do Instituto de Matemática Pura e Aplicada, pela criação da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas em 2005, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o Estado brasileiro "falhou miseravelmente" com a educação das crianças do país nos últimos anos e prometeu se empenhar para que as intituições públicas cosigam alfabetizar 100% dos alunos que estudam no 2º ano do ensino fundamental .


"Lamentavelmente, tivemos um período muito obscuro no país, em que os entes federados não conversavam entre si. Por isso, na pandemia, nossas crianças tiveram um prejuízo enorme na questão educacional", afirmou o presidente se referindo ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
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"O que aconteceu no Brasil para decairmos tanto na educação pública? Tem gente que gasta quase metade do salário que ganha para garantir os filhos em escola particular. O que estamos tentando fazer é dar outro passo, para que as crianças saiam muito bem preparadas do ensino fundamental público", indagou o mandatário.

Lula criticou duramente a antiga gestão Bolsonaro e afirmou que "O antigo governante preferiu o negacionismo e o discurso de ódio".


As declarações do chefe do Executivo foram dadas nas redes sociais e durante o lançamento do Compromisso Nacional da Criança Alfabetizada, hoje, em Brasília.



Segundo o Ministério da Educação, a política lançada nesta segunda (12) deve investir, pelo menos, R$ 2 bilhões em quatro anos. O programa pretende minimizar o impacto da pandemia no ensino das crianças matriculadas no 3º, 4º e 5º ano garantir o cumprimento dessa meta, que está prevista no PNE (Plano Nacional de Educação), durante o período.

"Queremos garantir que 100% das crianças brasileiras terminem o 2° ano do ensino fundamental conseguindo ler e escrever. Esse é um compromisso", disse Lula.

Ainda de acordo com o MEC, o governo federal também dará apoio técnico e financeiro às redes de ensino, além de atribuir responsabilidades a estados e municípios. Leia a íntegra do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada aqui .

"É nesse espírito de colaboração e parceria que queremos transformar a educação do Brasil. Temos uma ambição e um dever enquanto país: cuidar das nossas crianças, garantindo o direito de cada uma de ler e escrever”, disse o ministro da Educação, Camilo Santana.
Veja como deve funcionar o regime de colaboração federativo operacionalizado por meio de cinco eixos:

Gestão e Governança: oferecer bolsas para a implementação local das iniciativas e garantir que 100% das redes elaborem e publiquem sua política territorial em até 90 dias após a adesão ao Compromisso.
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Formação: garantir que 100% das redes de ensino implementem sua Política de Formação de Gestores(as) Escolares e sua Política de Formação de Professores(as) Alfabetizadores(as).

Infraestrutura Física e Pedagógica: garantir que 100% das redes de ensino disponham de material didático complementar para a alfabetização, material pedagógico de apoio aos docentes da educação infantil e espaços de incentivo a práticas da leitura apropriados à faixa etária e ao contexto sociocultural, ao gênero e ao pertencimento étnico-racial dos educandos.

Reconhecimento de Boas Práticas: identificar, reconhecer, premiar e disseminar práticas pedagógicas e de gestão exitosas no campo da garantia do direito à alfabetização.

Sistema de Avaliação: promover a articulação entre os sistemas de avaliação educacional da educação básica, para a tomada de decisões de gestão no âmbito da rede de ensino, da escola e do processo de ensino-aprendizagem e disponibilização de instrumentos diversificados de avaliação da aprendizagem dos educandos.
MEC aponta que 56,4% das crianças brasileiras não estão alfabetizadas

Na última quarta-feira (31), o MEC divulgou um estudo inéditoem que aponta que apenas 4 em cada 10 crianças do 2º ano do Ensino Fundamental estavam alfabetizadas no país em 2021. Os dados foram apresentados pelo ministro da pasta, Camilo Santana, e o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palacios.

De acordo com o levantamento, o ensino na educação infantil apresentou uma queda em comparação com o ano de 2019. Na época, 6 em casa 10 crianças ainda eram consideradas alfabetizadas

"Sabemos que quando uma criança não se alfabetiza na idade certa, aumenta a evasão, aumenta a reprovação, aumenta a desistência. Estamos perdendo milhões de jovens e crianças no país que precisavam ter o direito de estar na escola, de garantir a conclusão do ensino básico completo. Portanto, esse é um direito que o Estado brasileiro precisa garantir a todas as crianças", afirmou Camilo Santana.

Para chegar as informações, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) entrevistou especialistas da área e professores de alfabetização.

Portanto, considerando um "padrão associado a habilidades básicas de leitura e de escrita que foram desenvolvidas por um estudante alfabetizado, próximo do que é, hoje, estabelecido pelos sistemas de avaliação de estados e municípios", os alunos considerados alfabetizados foram os que:

1. Estudantes que leem textos pequenos, formados por períodos curtos e conseguem localizar informações na superfície textual.

2. Os que produzem inferências básicas com base na articulação entre texto verbal e não verbal, como em tirinhas e histórias em quadrinhos.

3. Os alunos que escrevem, mesmo que com desvios ortográficos, textos que circulam na vida cotidiana para fins de uma comunicação simples, por exemplo: convidar e lembrar algo.

Após expor os dados, o ministro Camilo Santana afirmou durante o encontro que a alfabetização é uma das prioridades do governo de Lula e que irá lançar em breve "um grande pacto nacional pela alfabetização das crianças na idade certa". Apesar de citar o programa, a data não foi divulgada.

"Isso é fruto de experiências já realizadas em vários municípios e estados brasileiros e que tem se fortalecido a cada ano", declarou.

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