Foto: Renato Braga
A conjuntura sindical também foi amplamente debatida neste segundo dia da 4ª Plenária Intercongressual da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) Professor João Felício. Mas questões como o piso do magistério, revogação do Novo Ensino Médio e outros temas, não se limitaram ao painel que ocorreu no sábado. As discussões também ocorreram nos trabalhos em grupo e nos corredores do evento.
O presidente da CNTE, Heleno Araújo, destacou alguns pontos para o avanço da luta sindical. “Vamos atualizar a conjuntura que estamos enfrentando nesse momento. O presidente Lula está muito preocupado com o nosso país, com o ódio que se espalhou, com essa divisão que tira a possibilidade do país ser feliz”, disse.
Heleno reforçou que é necessário que os trabalhadores em educação ocupem as ruas e as redes para que a conjuntura se torne uma aliada daquilo que querem e sonham para o país. “Vamos atualizar a política educacional, que foi negada pelo governo Bolsonaro, que foi rebaixada o seu financiamento pelos golpistas Temer e Mendonça Filho. Dentro do novo contexto, do governo Lula, vamos lutar para reorientar a política educacional a partir do Ministério da Educação.”, explicou.
Joaninha Oliveira, da CSP Conlutas, disse, durante o Painel da Conjuntura Sindical que não há como fazer uma escola pública, gratuita e laica com o capitalismo. “Para que isso aconteça, é necessário acabar com o capitalismo. A grande estratégia que o movimento sindical brasileiro tem que levar avante é também a disputa ideológica e que essa sociedade não nos serve. É necessário construir um sistema socialmente justo, e socialmente justo é com distribuição de riqueza, onde ninguém passe fome.”
Nilza Almeida, da Intersindical, contextualizou que o nosso país, não diferente do mundo, vem sofrendo as consequências da implantação do projeto neoliberal, tanto na indústria, onde ocorreram vários ataques, como na educação. “Nós entendemos que é preciso construir uma frente ampla, onde os trabalhadores terão que fazer o seu papel, que é de prática. Temos que organizar os trabalhadores e trabalhadoras para lutarmos juntos.”
Para Gilson Reis, da CTB, é importantíssimo debater a política sindical, o que é decisivo para organizar a classe trabalhadora e construir o movimento com o objetivo de mudar e reconstruir o país.
Anaildes, que representa o Estado da Bahia, falou sobre a importância de discutir na Plenária a situação dos profissionais em educação que são pessoas com deficiência. “Essa é a nossa responsabilidade, enquanto CUT, enquanto profissionais da educação. Esse é o momento perfeito para a gente fazer a interseccionalidade da discussão dos professores”, declarou.
De acordo com Roberto Toffoli, da Apeoesp, esse momento é histórico, principalmente para os representantes do Estado de São Paulo, que estão lutando contra o governo local. “A nossa luta é para várias coisas, mas principalmente pela revogação do Novo Ensino Médio e pela falta de diálogo com esse governo atual de São Paulo, além da perseguição de supervisores e dirigentes de ensino que invadem a sala de aula para observar o professor. É um absurdo isso!”, criticou.