Eleições 2022 serão duras. Duríssimas... Foto/reprodução.
Política | "Não leve flores" é o nome de uma música do famoso álbum Alucinação, lançado por Belchior em 1976. Logo no início dos versos, o autor destaca: "Não cante vitória muito cedo, não / Nem leve flores para a cova do inimigo..."
Tempos e realidades à parte, os conselhos do cantor cearense nessa melodia deveriam ser observados com atenção por quem acha que Lula já ganhou as eleições de 2022.
É ainda muito cedo para cantar vitória antes da hora ou levar flores para a cova de um inimigo que nem de longe está morto.
O presidente Jair Bolsonaro não é um adversário qualquer. E isto ele já provou em 2018. Quando praticamente todos viam como praticamente nulas suas chances de chegar além de um terceiro ou quarto lugares, ele se insurgiu e ganhou.
E todos hoje sabem que não se tratou de sorte ou acaso. A vitória foi construída com disciplina, perseverança e crença que poderia dar certo. O arrivismo dos métodos usados não interessa. O certo é que deu. E pode se repetir.
Agregado ao leque de ações que levaram à vitória, há agora também a experiência do já feito, o que dá a oportunidade de corrigir eventuais erros que avaliem ter cometido.
A cadeira de presidente o queimou? Sim, mas nem tanto. Basta ver que ainda respira sem ajuda de aparelhos. Além disso, tem uma caneta que, em eleições, costuma operar milagres.
O Bolsonaro que já perdeu em 2022 é muito parecido com o Bolsonaro que jamais seria capaz de ganhar as eleições de 2018. Todo mundo viu no que deu...
Não é bom, portanto, cantar vitoria muito cedo, nem levar flores de forma precipitada para a cova de um inimigo dessa envergadura. Com ele, todo cuidado é pouco.