ONDE ESTÁ O PROFESSOR AUXILIAR DO MEU FILHO?


ONDE ESTÁ O PROFESSOR AUXILIAR DO MEU FILHO? 

Texto: Eliane Sá Britto Bitencourt

Mais um ano letivo se inicia... com ele, novas expectativas, novos projetos, novos anseios, novos desejos de que tudo ocorrerá dentro do esperado. Mas nem tudo está certo. Não como deveria estar.

O inicio do ano escolar pode ser uma experiencia difícil para muitas crianças, seja para as que vão para a escola pela primeira vez, seja para as que precisaram trocar de escola. Imagine então para os alunos que apresentam características, comportamentos e habilidades diferentes. Para eles a adaptação pode ser muito mais difícil, e ha ainda a necessidade de precisarem de atendimento especial e individualizado, este é o caso de muitas crianças com deficiência entre elas as crianças com TEA.

Muitas escolas não estão preparadas para receber e trabalhar com essas crianças, é o que nos diz o pediatra e neurologista infantil Clay Brites. E isso nós que somos mães e pais de filhos com alguma deficiência, sabemos muito bem, pois vivenciamos “na carne” este problema.

Enquanto muitos pais estão apenas aguardando o recomeço do ano letivo, pais de crianças especiais estão correndo de um lado para o outro para garantir o direito de que seu filho possa ter as condições necessárias ao seu aprendizado em 2020. São idas e vindas nas Secretarias de Educação para conseguir pelo menos a promessa de que seu filho será visto como uma cidadão que precisa de algumas condições especiais para aprender, como por exemplo o professor auxiliar.

A prioridade é sala de aula, essa é a resposta que muitas vezes recebemos pela falta do professor auxiliar na escola. A prioridade é atender a turma, e acaso o aluno com deficiência não faz parte dessa mesma turma? Porque o aluno com deficiência tem que ficar em segundo plano, esperar que sobre professor no quadro escolar pra atende-lo, ter seu horário reduzido, tirando seu direito de ficar as 4 horas na escola, porque tem que dividir o professor auxiliar com outro colega com deficiência. Tendo que “prorrogar as suas férias” porque não tem como começar o ano letivo sem esse professor que deveria mas ainda não está la para atende-lo. Aluno com deficiência é ALUNO como todos os outros. Onde está a prioridade dele em tempos que se fala tanto de inclusão?

Inclusão tantas vezes distorcida, como o fato de um aluno matriculado e frequentando uma escola durante o turno integral, receber o “convite para ter seu horário reduzido” assim que recebe um laudo, que o torna aluno especial. O que tem de especial nisso?

Quero deixar claro a diferença entre o aluno com deficiência ter seu horário reduzido, respeitando suas características de não conseguir ficar no espaço escolar em turno integral do fato de ter seu horário reduzido por um laudo, por um rótulo ou por não ter quem o atenda impossibilitando assim seu sucesso pedagógico. Garantir o direito à educação para crianças com deficiência vai muito alem de apenas aceitar a sua matrícula.

“O direito das pessoas com deficiência à matrícula em classes comuns do ensino regular é amparado no artigo 205 da Constituição Federal, que prevê a educação como direito de todos, dever do Estado e da família, com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa...”

Eliane Bitencourt.

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