O GRANDE DESAFIO DO PROFESSOR NO SÉCULO XXI


Sobre os escombros da sociedade disciplinar tão criticada por Foucault no século passado surge a nova sociedade de controle como uma flor de Trombetas dos anjos (Brugmansia suaveolens). O novo sistema em vigor, transformou o nosso planeta em uma grande aldeia global, mas com a consolidação da cibercultura de Pierre Lévi, o tempo passou a ser primordial nos nossos novos modos de vida. “Hoje em dia, todos os dados sobre o comportamento humano podem ser reunidos no ciberespaço, o único problema é que ainda não temos a capacidade de explorar essas informações”, lamenta Lévi.

Trago, portanto, mais dúvidas que certezas, mais problemas que soluções da pequena experiência que tenho como professor do ensino médio nas escolas da rede pública. O ponto mais enriquecedor desta curta passagem, pelo magistério, foi a possibilidade de compreender como “instituições de sequestro” operam no interior do espaço escolar. Apesar do espaço escola ser o lugar da disciplina, de seu aprendizado e de seu exercício, segundo Sílvio Gallo, mas é também, o espaço que nos permite a aplicação da teoria e a compreensão das práticas pedagógicas.

As aulas ministradas aos alunos do ensino médio do colégio estadual Paulo Freire e Lourival Pinho nos revelou os desafios da docência, quando buscamos conciliar a teoria, com a prática na sala de aula. “O sistema escolar é também inteiramente baseado em uma espécie de poder judiciário, onde a todo momento se pune e se recompensa, se avalia, se classifica, se diz quem é o melhor, quem é o pior”, denunciava o grande expoente da filosofia francesa na década de oitenta (século passado)

Para Foucault, a primeira função do sequestro era de extrair o tempo, fazendo com que o tempo dos homens, o tempo de sua vida, se transformasse em tempo de trabalho. Sua segunda função consiste em fazer com que o corpo dos homens se torne força de trabalho. Foucault revela que nestas instituições não apenas se dão ordens, se tomam decisões, não somente se garantem funções como a produção, a aprendizagem, etc., mas também se tem o direito de punir e recompensar, se tem o poder de fazer comparecer diante de instâncias de julgamento. “Este micro-poder que funciona no interior destas instituições, é ao mesmo tempo, um poder judiciário”, revela.

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