O FRACASSO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA


A escola pública transformou ao longo de duas décadas num grande depósito de estudantes, os professores que se virem para controlar a sala abarrotada de alunos das mais diversas condições sociais. Apesar do poder disciplinador operar no interior do espaço escolar e o biopoder no controle da comunidade estudantil, o professor sente-se impotente diante do caos instalado. Diante da situação, nos questionar como ministrar uma aula se o professor passa a maior parte do seu tempo pedindo para a garotada fazer silêncio, prestar atenção no assunto, ou ser interrompido abruptamente por outros estudantes que estão no fundo da sala que querem ir ao banheiro, beber água e entregar o trabalho para o professor da disciplina anterior?
Desde o processo de universalização do ensino fundamental com a aprovação da Lei de Diretrizes de Bases da Educação (LDB) no governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso e do ensino médio no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que os burocratas do Ministério da Educação (MEC) não se preocuparam com a ampliação das escolas da rede pública, nem com a contratação de mais professores. Sem nenhuma opção, os diretores de escola seguiram aquele velho “ jeitinho brasileiro” de colocar mais alunos em sala de aula, com a mudança, o professor que atendia em média 25 alunos passou a ministrar aula para 50 estudantes.
Como resultado desta política equivocada do sistema, a queda da qualidade da educação regida pelas regras do mercado, não demorou muito tempo para refletir nos péssimos indicadores da educação pública. Diante dos resultados desfavoráveis, os governantes buscaram arranjar um bode expiatório para o fracasso do modelo da educação voltada de resultados estatísticos, o professor que não estava fazendo o seu papel de transmissão do conhecimento. O que podemos esperar de um ensino infantil mantido pelas prefeituras falidas e uma rede administrada por gestores corruptos que desviam até os recursos do Fundef?
Diante do grande problema, só nos resta como consolo, a aplicação do Modelo de Aprendizagem para o domínio que exige apenas o uso da Teoria de Educação desenvolvida, pela Universidade de Harvard (Desenho Universal para a Aprendizagem). O primeiro passo é transformar a sala de aula num grande Laboratório, pois o tempo na sala de aula em uma experiência única de Aprendizagem dos alunos, mas sem levar em conta o processo de transmissão e recepção do conhecimento tão cobrado atualmente, pelos gestores das escolas da rede pública. Em vez de ocupar o centro das atenções dos nossos alunos, segundo Jonathan Bergmann, o professor deve interagir com eles para a ajudá-los a superar as dificuldades impostas pelo próprio conteúdo disponibilizado. "A nossa função é apoiar e motivar os alunos ao longo do processo de aprendizagem", enfatiza Bergmann.

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