A volta das filas de desempregados


As filas de desempregados, que tinham sumido de cena durante os governos Lula e Dilma, voltaram a mostrar a dramaticidade da crise brasileira. A quadrilha de Michel Temer, que assaltou o poder com o apoio da cloaca empresarial e da classe “mérdia” egoísta, prometeu que a economia iria se recuperar “instantaneamente” com a derrubada de Dilma Rousseff. O que se vê em todo o país, porém, é a explosão do desemprego. A imprensa venal, nutrida com milhões em publicidade, até tenta esconder a tragédia e jura que “o Brasil voltou a crescer”. Mas a realidade desmente os falsários. Na quarta-feira passada (30), uma fila quilométrica de desempregados se formou diante do Shopping Jardim Guadalupe, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

Segundo reportagem do Jornal do Brasil, a fila “deu a volta no quarteirão e acabou em confusão. O tumulto chegou a adiar a abertura do estabelecimento comercial ao público, que começava às 10h. Ele distribuiu 200 senhas aos primeiros candidatos que começaram a chegar na tarde da terça-feira (29). A confusão aconteceu quando os seguranças chamaram as 200 pessoas para o estabelecimento no início da manhã. Candidatos quebraram a grade de proteção e chegaram a parar o trânsito na Avenida Brasil. Policiais do 41º BPM faziam o policiamento na fila do lado de fora do shopping”. A multidão de desesperados disputava vagas para porteiro, vigilante, açougueiro, padeiro, entre outras funções mal remuneradas.

O Rio de Janeiro é um espelho da tragédia que se abateu no Brasil desde a orquestração do “golpe dos corruptos” e da ação destrutiva da midiática Operação Lava-Jato. No mês passado, o desemprego já vitimava 1,3 milhão de trabalhadores. Essa é uma das piores crises de desemprego que o Estado já enfrentou em toda a sua história. Segundo a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação bateu recorde no segundo trimestre, chegando a 15,6% da população. No segundo trimestre de 2014, ela era de 6,4%, menos da metade que o registrado agora.

Por Altamiro Borges

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